Cultura

Angoche

 

Dos fracos reza esta história

 

 

 

Em Angoche — Os fantasmas do império, Carlos Vale Ferraz assina um romance ficcional baseado num mistério verdadeiro ocorrido em plena Guerra Colonial

 

 

  Apesar da ampla investigação levada a cabo na época, hoje, volvido precisamente meio século, ainda se desconhecem as reais causas e as motivações por detrás do estranho caso do desaparecimento da tripulação do navio Angoche, encontrado incendiado e à deriva nas águas de Moçambique. Em Angoche — Os fantasmas do império, Carlos Vale Ferraz demonstra como a imagem de um país se pode construir, não de verdade e justiça, mas da glorificação dos seus mais vergonhosos feitos.



O livro está disponível nas livrarias desde 13 de maio.

Angoche — Os fantasmas do império

 

Nacala, 23 de abril de 1971. Um navio da Marinha mercante portuguesa parte desse porto moçambicano com destino a Porto Amélia (hoje, Pemba). A bordo leva 24 almas, bem como um importante carregamento de material de guerra destinado ao Exército português no Ultramar. Na madrugada seguinte, um petroleiro encontra esse navio, de seu nome Angoche, à deriva, incendiado e sem ninguém a bordo, como se de um navio-fantasma se tratasse. De imediato, a PIDE/DGS abre um inquérito. As teorias para o que aconteceu surgem em catadupa. Não faltam presumíveis culpados a quem apontar o dedo, mas não há provas. Para adensar o mistério, na noite do desaparecimento do Angoche, uma portuguesa que trabalhava num cabaré da cidade da Beira e é tida como amante de um oficial da Marinha, cai de um edifício. Suicídio ou assassinato, as circunstâncias da sua morte nunca são verdadeiramente esclarecidas…
Depois do 25 de Abril, os relatórios da PIDE/DGS desaparecem. A carcaça do navio, ancorado no porto de Lourenço Marques, acaba por ser afundada. Se testemunhas houve, não falam. Estes são os factos. A partir deles, Carlos Vale Ferraz constrói um romance puramente ficcional, embora essencial e certeiro, sobre moralidade e heroísmo.

 

« Angoche – Fantasmas do Império é um romance. É um romance porque só a ficção me permite exprimir o que julgo saber sobre os homens que querem ser heróis e sobre os Estados que utilizam esses homens dispostos a tudo para os seus fins. É uma ficção sobre as taras do poder, como tantas outras obras da literatura ao longo dos séculos, da Odisseia de Homero a Hamlet de Shakespeare, do Coração das Trevas de Conrad a Uma Verdade Incómoda de Le Carré.»


Carlos Vale Ferraz

Título: Angoche — Os fantasmas do império

Autor: Carlos Vale Ferraz

Páginas: 176
PVP: 16,60€

Carlos Matos Gomes é coronel do Exército, reformado. Nasceu a 24 de julho de 1946, em Vila Nova da Barquinha. Foi oficial do Exército, tendo cumprido comissões em Angola, Moçambique e Guiné. Algumas das suas obras foram adaptadas ao cinema e à televisão, entre eles Os Lobos Não Usam Coleira, adaptado e realizado por António-Pedro de Vasconcelos, com o título Os Imortais. Colaborou com Maria de Medeiros no argumento do filme Capitães de Abril. Publicou, como Carlos de Matos Gomes, e em coautoria com Aniceto Afonso, os livros Guerra ColonialOs Anos da Guerra Colonial,  Portugal e a Grande Guerra e Alcora – o Acordo Secreto do Colonialismo. Publicou doze romances, sendo os últimos no catálogo da Porto Editora, onde figuram os romances, escritos sob o pseudónimo Carlos Vale Ferraz.

 

  

 

 

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