Henrique Prior


Era já evidente que a América elegeu um palhaço rico e rasca para presidente, com todo o respeito e carinho que tenho pelos palhaços artistas. Mas, agora que se conhecem melhor as condições em que foi eleito, e a equipa que escolheu para com ele governar a que ainda é a maior potência mundial, pelo menos no plano militar, Trump deixou de nos provocar riso para nos provocar grande angústia.
Sabe-se, agora, como a Rússia interferiu nas eleições nos EUA, o que só por si deveria, pelo menos, ter levado a uma chamada do embaixador russo à Casa Branca para dar explicações ao povo americano.
As suspeitas de que Putin colocou o seu fantoche na Casa Branca adensam-se quando se sabe que o segundo homem do governo do ignorante Trump vai ser um indivíduo que dirigiu a Exxon, com grandes negócios de petróleo na Rússia, da intimidade de Putin, que o condecorou. Afirmou esse individuo que, nem a Rússia, nem essa ditadura cleptocrata e cínica que oprime a Arábia Saudita violam os direitos humanos.
E Trump não hesita em, ainda antes de tomar posse, levar a cabo uma guerra verbal com a China, com ameaças de confrontações muito mais vastas, eventualmente militares.
O ministro da Justiça que escolheu é um racista, senão membro, pelo menos admirador dessa seita de criminosos que é o Ku Klux Klan. Como é óbvio, irá levar a cabo a política que Trump desejar, e este já mostrou por onde pretende começar: pelo silenciamento dos meios de comunicação que não lhe são afetos, como se tornou claro na sua recente conferência de imprensa em que ostracizou e apelidou de “nazis” jornais e cadeias de televisão incómodos.
Por toda a Europa, a extrema direita protofascista e racista parece estar próxima de alcançar o poder, alguma dela fazendo abertamente o jogo de Putin, como é o caso da extrema direita austríaca, talvez mesmo financiada pela Rússia.
A Itália estará perto de escolher um palhaço pobre e tonto para primeiro ministro, palhaço esse que no parlamento europeu se aliou à extrema direita e agora parece querer aliar-se aos liberais.
O mundo está um lugar não só imprevisível mas, sobretudo, um lugar perigoso.
Uma pergunta se impõe: o que terão feito os políticos "sérios" para que o povo desses grandiosos países escolha os palhaços que tornam o mundo num lugar cada vez mais perigoso?
Henrique Prior