Cultura

Plano movimento___8_____ (it lahar pampeano kodâmico)

Os ecos polinizadores dos verbos aceleram as entreteceduras das irrupções do poema-animal, descodificando os vigores das matérias heteronímicas: encruzilhadas sensoriais-tubulares-gemíferas projectam o alfabeto dos animais órficos contra as vertigens dos sangramentos cortados pelas deformações dos gestos da LEITORA: um sopro emaranhado nas cremalheiras das coisas mudas coexiste com a musicalidade do impensável e lampeja na subtilização da euritmia ao pontilhar as guinadas das enervações etológicas: os espalhanços da aparição de uma mulher diante de angulações de diéreses ilimitadas: as tatuagens arrevesadas dentro de balouçamentos esboçados pela LEITORA-que boxeia ciclos granulares geológicos até traduzir os transbordamentos de orfandades inéditas: há uma metabolização inestancável por dentro da estranheza dos mapas de músculos parietais à volta de trilhos flutuadores de vazios: uma LEITORA é afastada da bivalvia do mundo para se conectar às pulmoeiras-ganóides-das-efracções-catatónicas, transformando o seu corpo em silabarias criptogâmicas, desdobradas pelo excesso das cabeças de JANO que se desviam de qualquer domínio recognitivo, de quaisquer cronologias: há uma negação esfomeada que catalisa as traições das imagens sonoras imanentes às golfadas dos acasos extremados: há torções nas renascenças das carnagens em desaparição no alto demanche do poema porque os olhares-devolvidos ao plasma do animal se movem transversalmente sem contracções gráficas ao cimo dos espectogramas com velocidades indefinidas: os JOGOS dos haustórios demovem-se e abeiram-se dos coleccionadores vitrificados que se de-compõem com os movimentos fabulares ir-reflectidos nos ritmos das transleituras: a leprosaria silabária vascoleja-se entre as variações catalisadas das extremidades esfomeadas onde as afecções ecoantes do futuro eternizam os intercessores da desmesura: ritmos circadianos povoam-se de vértebras transparentes: escoantes-diagonais misturam os traços do vazio com as vibrações ínferas dos espelhamentos alcançados pelas sombras das stygiomedusas (o it kodâmico): aqui-agora: um despejo de pulsações expressivas invade a xistosidade verbal: há um esgotamento cinestésico dos occídios das oveiras que intervalam as inscrições fulgurantes das seteiras geotérmicas onde outros corpos de volfrâmios-coexistentes surgirão, consagrados pelas inflexões da heterogénese do esvaziamento do pânico: um animal joeira-se no caos com evasões hiléticas (múltiplos hiatos turbilhonares em aglutinamento sem repouso fazem dos recolectores sígnicos a mutabilidade migradora das palavras venéreas onde grunhidos dicéfalos sedimentam as guilhotinas das estirpes rés aos betumes dos sopradores de estações dos artrópodes):

 

 

uma LEITORA modifica-se ao antecipar as rasgaduras compositivas com os lances da gradação divergente que espalha riscos sôfregos pelo manguezal das fiandeiras verbais: há uma travessia catalisadora a improvisar-se na FALA da animalidade da LEITORA com insurreições procedentes dos atractores expressivos ao redor do ilimitado cataclismático: uma LEITORA foge luminosamente por dentro do poema-animal e se faz assombro escutado pela vidência cruel já-ritornelizada por fricções das topologias sublunares: deslizamentos cerebrais cingidos por distâncias supralógicas: uma LEITORA varia a sua inocência ao ressexualizar-se com o silêncio anómalo que entremeia o vazio do poema tremendamente acoplado às decifrações do impessoal e dos sentidos duplos de uma ressurgência animal: um corpo da LEITORA pleno de vazaduras de durações germinativas estiliza-se fugazmente com vesânicas mutações impulsionadas pelo real pré-babélico onde um animal-poema se escoa acentrado por meio de testemunhas inaturais repletas de estamparias anárquicas que extrapolam sintomas com outros sintomas dentro de epidermes inconscientes: vejam, os transcursos eliminadores dos barómetros das asseverações que tentam revivificar as gomas metálicas de um idioma dentro das metamorfoses alveolares das sulfonamidas geográficas: hospedarias da antimatéria rutilam as conjunções imprecisas nos instantes dos artilheiros de vícios lunares onde Arquimedes é seduzido pela roleta russa-mântrica das alcateias para se arrebatar diante da crueldade a-gramatical: afluências de inscrições quase-inexprimíveis no interior meteorológico do poema-animal captam cavidades nucleotídicas e com a baba-dos-bois-pensamento diluem as batidas das encorpaduras das fronteiras ósseas ao reforçarem as cesuras sinápticas dentro de uma performance apócrifa em des-aparição indesvendável: serão ablaqueações policromáticas de instabilidades intensíssimas a produzirem diademas de horror nas falanges esburacadoras de hipocampos? Será uma dor sem itinerários na ulceração da fome?

 

 

Uma LEITORA entrega-se às nervuras das sombras das veemências demoníacas com linhas rectas do tempo a vazarem alomorfias: há uma voltagem inobjectivável no desconhecido-movente das palavras dentro de espaços tremendamente profundos onde o mergulho das sensações anamórficas fazem escambar rompimentos das sintaxes tartamudeadas em direcção aos efeitos fractalizadores dos metropolitanos: há várias temporalidades farmacêuticas que se entrecruzam no extremo inultrapassável do poema afastado de coordenadas vocabulares e de alinhamentos das agulhas anatómicas repletas de agnições: dizem: enxertias expressivas escarificadas pelas angulações dos espantos: palavras descavalgáveis, reversivas, transformáveis, entrelaçadas nas turbulências dos seringueiros com prismas metalúrgicos a traçarem ritmicidades nas latências dos limiares indiscerníveis: palavras impregnadas na plasticidade das inerências caóticas e uma LEITORA se re-excripta com as transmutações de acervos refractários ininterruptos ao redor de coágulos antropófagos perpassados por morcegos coreográficos: espessuras hápticas emergiram dos rasgões perturbáveis dos calos ferroviários onde uma síntese suprema da experimentação difere-se nas partículas dos personagens excessivos: andamentos conventiculares do devenir alvorotam a bastura do indiferentismo dos gravadores de cetáceos em contágio com as geometrias das ruínas dos telescópios de uma LEITORA que recomeça na eternidade etológica para relacionar os acontecimentos mais instintivos com o labirinto espiritualizador do real: uma génese histérica atravessa a LEITORA e absorve despenhadeiros verbais com as turbulências do absoluto onde a batalha da pele é uma pluralização aiónica a exercitar a errância das enciclopédias trágicas por dentro e uma FALA escava a boca com minúsculas mandíbulas a roubarem os espaços falsários por meio de um vitral à deriva:

 

 

as dores dos instantes lançam uma extremidade irrefreável sobre um poema-animal, gerando um envergamento de alvoroços sobre os dicionários das hesitações ovulatórias: há uma exultação da reminiscência caleidoscópica ao cimo da boca da LEITORA já misturada por heterónimos ourobóricos: ondulações insondáveis envolvem o poema-animal na obscureza das audições esofágicas e no bolor do anómalo gerado por rasgamentos horizontais de um corpo que extraverte as periferias gésticas com as versões inesperadas das goivas do ilegível: polidores de pórticos inomináveis rondam bebedores de espécies-cubistas insuladas por meio de ocorrências composicionais de hidrografias coalhadas por tramas do impensável: uma linfa do hematófago é espartejada pela obliquidade do poema com arpoadores sísmicos a absorverem as manchas electrizadas da LEITORA: outras transfigurações dinamitadas por carunchos verbais entorpecem os estribos das bestas para se proliferarem sobre os planos dos enferrujamentos cravados deslizadamente nas vizindades do poema-animal: fazer da lavragem dos exílios verbais uma arrancadura de hemorragias cósmicas: uma LEITORA é a nómada da turbação incognoscível e do esbulho caleidoscópico de si mesma, acontece na inseparabilidade oscilante e mobiliza-se num eixo de escafandros de afectuosidades distantes, próximas e perspectivadas pelos olhares semidiagonais das vernações que fogem às vaselinas dos arquétipos, aos espanejadores de protótipos para se desenrodilharem nas metamorfoses das geografias incorpóreas: dizem:

 

 

drenagens filotraqueais imperceptíveis: outras palavras exsolveram-se nas trajectórias das figuras em profligação e nos mirantes das fisionomias masturbatórias a violência do feitiço da transmutação torna-se fundente perante um bestiário intraduzível rés aos agenciamentos epidérmicos nutridos pelos roubos de micro-olhares das parturientes da ilegibilidade: há superfícies repletas de bandos arruinados-revivescentes-ubíquos-autonomizados porque vivem desafrontadamente com peugadas arrastadoras de batidas de arquitraves e de tramas espaciológicos que aguilhoam gárgulas intuitivas ao redor de um espírito desdobrado por mosaicos de intermezzos da deformação: um tórax periférico da LEITORA  insulfa sibilos de lâminas rasuradas pelo animal com glandes dilaceradas pelas ventilações bífidas do poema: uma LEITORA é transposta em transe refervido por chuamas verbais, porque é sulcada pelo fora-uterino-em-si até às des-montagens dos solfejos-da-reflexividade das ablepsias do texto: dizem: texto-pré-adâmico e com esqueletos fálicos bizantinos a coagularem os ovos das piramidólogas: há estiletes escamíferos coexistentes com vieses sensórios contaminados pela insanidade das crisalidações-transbiológicas impossíveis de perspectivar (palavras escapam a si próprias com a precisão ardente dos excrementos de um tordo: palavras se entranham no entrelaçamento alienígena e invaginam os timbres das calotas com as febres da transumância): as raspas do corpo-poema convulsionam-se e dilatam-se em ilimitadas e gangrenadas obsessões-ericáceas-zoológicas para recomeçarem a-significantemente entre uma tensão murmurante de reexcripturas: a des-aparição mineralóide e o exagero bruxuleante dos ectogramas cingem-se de ressonâncias vacilantes do impensado para descondensarem os volteios das fisionomias aprazadas entre as partículas do avesso e os alfarrabistas invisíveis (tactear as longitudes da existência plurímoda com as escutas incicatrizáveis das esfinges tracejadas pelas correntezas do impossível):

 

 

uma resistência metacorporificada por prismas babélicos faz ressurgir da palavra-microfísica uma estremadura de cordas adivinhatórias dentro de luxações de larvas resplandecentes: há incomensuráveis-indiscerníveis buscas das cegueiras vectoriais dentro das visivas circundantes do animal-poema que suplantam as protecções dos escapes copuladores de guilhotinas do silêncio onde os cadáveres abismais das palavras granitizam-se com teceduras parasitárias: burgaus-labidouros em glandulação elíptica: outra palavra com pulsatilas sanguissedentas (o espaço das antecâmeras do animal dilata-se ao rodopiar no magnetismo das equações bibliotecárias dos olhares cutâneos):

 

 

uma LEITORA ressoa fractalizada nas fímbrias do poema-animal que dança as cartilagens hiulcas do futuro atravessado por inconscientes de um esquecimento respiratório renovador da vascularidade do insituável: a exorbitância do esquivo se torna cruel para disseminar visões euforizantes sobre intermitências verbais ao redor de escorpiões necrosados pela língua da LEITORA: um lapso gigantesco transmuta-se através do turbilhão das palavras que catalisam as fugas das porosidades gâmicas do animal-poema: uma LEITORA relança as viscidezes dos esporos do absurdo contra os vórtices de uma prática do sublime repleta de ondas anorgânicas e as ataduras dos tecidos das hipófises emancipam os sensores da egiptologia: há uma autonomia infractora nos desvios da LEITORA que perfura o animal-poema com sonoridades de vazios, de silêncios e de distâncias com gradações insaciáveis onde as passagens dos falhanços capturam uma língua ínfera dobrada pela barestasia do improvável: dizem: trajectos impuros a deslaçarem as adjacências das golpeaduras sígnicas com os volteios das membranas por vir: as ampolas do infindável que revelam um poema-animal sobre um instante fúlgido tornam-se a estranheza do vaivém diafragmático na exuberância da LEITORA já-mesclada por demudanças dos esboços de pariduras intrusivas: há recomeços delirantes nas distâncias do animal-poema deglutido a um só-tempo-animista pelas traqueias velozes de uma LEITORA composta pela subtileza das curvaturas dos acasos rizosféricos e pelas alteridades extremas andarilhadas por pontos de vista caóticos que elevam os extravios do animal-poema até ao ritmo dos rastos do intangível e da oscilação nérvea: as tubas das sombras verbais se desmancham entre

 

 

tecimentos topológicos e os poros demonistas com aberturas ao inabitual ininterruptamente traduzido pelas divergências da lucidez sublunar:

um animal-poema exila-se nos creófagos das espirais multilíngues que raptaram uma LEITORA e a recriaram anonimamente por meio de transpiradeiros de bosquejos do insólito, absorvendo os espelhamentos do paradoxal com as batidas das incisões epifânicas e dos ressaltos das musicalidades perfuradoras das volteaduras das palavras: uma LEITORA esponja o fraccionamento das habenas do mundo varadas por acasos das gárrulas dos cardumes salónicos que esbulham pêndulos de lacraias abismadas entre glossolalias, hemipelves da impermanências, vazões de incompletudes, energias das urdiduras de pólipos angiospérmicos: aqui-agora: puntuações cardíacas da LEITORA invadem as promissões das mordeduras dos tambores-de-carbono fecundadores de línguas astrogeológicas em áreas sincronicamente-diacrónicas ao cimo do animal-poema: os fascículos de forças do corpo da LEITORA reagem paradoxalmente à presentificação inscrita nos algospasmos da porosidade do poema-animal em deflagração mandibular: os enfartes dos historiadores cruzam-se nos ilogismos feiticeiros queimadores de matadouros cronológicos: um poema-animal experimenta-se no imprevisível plástico cingido por alucinantes avalanches estéticas fora das codificações perseguidoras das acepções: um animal transpõe as odontoses espectrais das fronteiras-mesováricas com cartografias lisas e aradadas por eclosões do excesso agramatical (vozes catatónicas e gestos flutuantes recolhem-se no acidente debulhador de exorcismos neonatologistas dos verbos para eliminarem o olhar dos planisféricos refractários entre os esboços das epígrafes do devaneio e os silêncios intempestivos em trama acósmica): uma LEITORA reforça variavelmente as septicemias assintácticas que experimentam a vida-da-morte-do-animal-poema apinhado de resquícios das ovogéneses: uma LEITORA abre-se infinitamente às afluências metabolizadoras de gestualidades intersticiais e de arrancamentos caóticos para se revigorar nos equívocos semi-obscuros desafiadores de dédalos por dentro dos ecossistemas do animal-poema: aqui, apêndices abíssicos carregados de carbúnculos e de acontecimentos sem teceduras-terminais acordam as cabeças heurísticas com estames alucinógenos: há uma aproximação das fulgurâncias descontínuas à polinização das dobras das estranhezas embrionárias que eliminam os veredictos-sensório-motores:

 

 

corpo-LEITORA vacila nas falhas pulmonares que aspiram as palavras placentárias rés à extensão das obscuridades das abscissas bacterianas, alvejando gritos externos entre prosseguimentos da metalização das luminárias e buscas ciclópicas onde as acústicas vertebrais em exalçamento transmutam as criaturas-mundo no alto dos rasgos das viragens das paramnésias: trespassar os fulcros da proliferação dos dilemas catabólicos com o des-aparecimento das expressões luciferinas sem retorno matricial): reflexividade das fracturas sanguinárias antecipadas pelas intempéries mais carbonizadas das palavras que aproximam os brônquios dos umbrais dos olhares-crisalisados para deslizarem nas vagaturas das percepções em caotização: alavancas durativas dos sensíveis espelham-se nos afinadores gérmicos da lucidez através de recâmaras de restolhos albugíneos que liquefazem as ureias da i-mobilização do poema-animal para o reviver nas inexequíveis ossaturas corpusculares: povoações de excertos incomensuráveis, de escaldaduras indomáveis a transverterem as juntas indefinidas dos verbos em crueldades-sobrevoantes dos vazios que aprendem a amônia dos mundos em derrocada ectoplasmática: há diacronias amodais nas passagens babelescas da LEITORA e as áscuas da vida em expansão anatómica-indefinível espalham-se por meio de relâmpagos do animal-poema: eis, o baque estético do EGRESSO permutatório da LEITORA confrontando o silêncio tonal do mundo-poema perante o esventramento de moluscos hibernados pela triangulação dos ciclones dipnóticos: a radiação da vicinalidade do distante torna-se alucinatório dentro da voltagem extrema das labaredas umbilicais: dizem: forjaduras da heterogénese de uma infralíngua e um animal-poema é assaltado pela pluralização esfíngica das frisagens sistólicas onde os enxugos polimórficos tentam povoar o que não existe (vórtice de expressões alcalóides crepitam nos polvos das cartomantes  e os sentidos das ancoragens eólicas surgem podados pelos vigores dos delírios verbais:esculpir epidermes em transição com as manchas heteronímicas do inacabável e a respiração do poema-animal confronta-se com o descentramento das úlceras das palavras experimentadoras de resvaladouros de queimaduras e de caleidoscópicos-manguezais: os ecos das possíveis interrogações da LEITORA atingem o pasmo do vitalismo inesperado e des-torcido pelas escoaduras infinitesimais dos acasos skatistas (engendrar plasticamente as matérias do impossível nas bordas dos planos do absoluto anorgânico violentamente irrefreável): as paixões analfabéticas são-já o pensamento fílmico nas cegueiras dos alvos das fitotomias do indiscernível que expõem os fotogramas-traumáticos do porvir nos flagícios imensuráveis: dizem: desmaios espalhados pela dilatação do corpo da LEITORA com choques miméticos a insuflarem anamorfoses do animal-poema pleno de bisturis e de esgotamentos abióticos: infinidade de propagações vertiginosas por dentro das geologias opióides do poema, ou serão esquírolas infiltradas na irrupção das atiradeiras genómicas criadas pelo estômago babelesco da LEITORA? Um animal absorve o afligimento espelhado nas peçonhas das fissuras do poema por meio de transposições cismáticas e de embaralhamentos de embates cartográficos onde um respiro hemorrágico descodifica as lavaduras acêntricas dos opérculos: as incisuras dos cambaleios visivos desconfiguram os desdobramentos vocais e os médiuns errantes cinematografam e retraçam o espanto das circulações abstractas com imanências impetuosas das eternidades: as luxações rasgadoras de gestos verbais envolvem-se nas vontades dos saberes desarvorados pelas pariduras do caos: percorrer territórios não-inscritos e não actualizados entre os gestemas-olhantes do poema-animal onde uma LEITORA se desagrega com a biopotência dos hemisférios dos ofícios por detrás dos movimentos imperceptíveis e dos esteios dos entozoários: estertores de patas de dicionários refazem os sabugos da LEITORA arrastados pelos efeitos dos lacraus quase-intácteis: uma explosão rítmica nos écrans-improvisados pelas ilimitações inaudíveis: espelhos subterrâneos com andamentos geometrais absorvem as sombras-da-liquefacção do animal-poema e os jogos da experimentação das sismografias procariontes para se revolverem entre as fugacidades dos textos des-focados pelos velamentos das ceifeiras fenícias da ópera de Wagner: há uma sangradura em crispação rés aos decompositores de dicionários uterinos onde as palavras se rendilham com a oxigenação  petrográfica das preces da insânia: há  polimentos inauditos feitos pelas línguas autotróficas da LEITORA que usa os policristais do silêncio verbal para fluidificar a hiemação fasciculada do animal-poema: súbitas e precipitadas áreas chiaro-escuras se dissipam concomitantemente na adjunção isostática e no estilhaçamento dos contrários transfiguradores de afectos do vitrinismo que atravessam uma LEITORA com espantosos ziguezagueantes lobulares ao cimo da sua percepção a-consciente: dizem: corredores de pistas de obstáculos galgam no animal-poema em contágio paralelo, infatigável e autónomo e sem se revelarem: golpes minerais com espionagens entrepercebidas nas lavouras pirómanas das palavras redobram o cristalino no ínfimo dos entretempos: rugas intemporais com dúvidas-gongóricas entranham os alicerces do subtil no anónimo esponjoso que transmuta o gradativo em radículas aiónicas: há talos subcutâneos impessoais e duráveis à volta das vibrações do vazio que recorta fiadeiras cisalhantes plenas de eternidades fisiológicas por dentro: intermináveis ardis sinestésicos-intersticiais abrem ao máximo as orogêneses das demências verbais onde um corpo fecundamente se remove com vasos friccionados por despovoamentos ao cimo das alomorfias dos silêncios da improvisata: há um deserto molecularizado pela desleitura mucosa do invisível que se liberta na sua própria fractalização febril:

 

 

uma LEITORA bate as castanholas de sangue nas terminações nérveas do poema-animal e através de demudamentos intraduzíveis bifurca a transudação do magma pulmonar para incrustar uma obsidiana nas rugosidades das ofídias: uma LEITORA torna-se uma trapezista de vidraças com furúnculos-de-vespeiros que resvalam continuamente nas golfadas das gestações falciformes, dos sugadouros hipovolêmicos e das protuberâncias freáticas do poema para esponjar a fagocitose das atmosferas microscópicas-estocásticas carregadas de verbos anapésticos e… de vigílias de uma catástrofe por acontecer (concretização psicodélica das heranças antropofágicas-hiperbarrocas com virilhas glicolíticas da LEITORA): desdobramentos propiciadores de interacções catalíticas seduzirão uma traqueia-babélica-de-composições-adivinhatórias que impulsiona um animal-poema contra os balanços da língua simultaneamente sexângula, mutante, ulcerada, criptográfica, parasítica, pituitária e tacteada intervaladamente pelas parataxes aracnídeas do mundo: há danças de milhares de tonalidades circunjacentes-longínquas-atravessadas pelo fora-esbracejado-do-interior do estrume dos enxugadouros de copulações marsupiais: dizem: apocárpicos babelizados pelo louva-a-deus das transfronteiras: dizem: trajectórias imprevisíveis abastecedoras de ruínas das tarântulas e de concomitâncias dissemelhantes no alto de uma vegetação-vulvar que esperta geografias androgínicas nos cruzamentos cranianos com rebentações hialinas e lúcidas: os textos fetais engrenham-se nos estonteamentos de outros textos rizosféricos sem parar, repercutindo, elidindo, ressoando in-conscientemente ao revigorarem as absorções de micro-mutualidades alógicas_____esboços das veemências solfejantes, das heterotopias e das revivescências informes implodem imersos de entrecorpos-impessoais onde um animal-poema a fórceps faz da dor uma extracção de malhas de ressonâncias cingidas por estrangulações do eternal e de voltagens profanadas por contrapontos de dicionários anómalos: as capturas rebarbativas-espontâneas-cinestésicas estão aí: nos lisossomas gangrenados, nos capilares lacerados e nos prolapsos cefálicos do animal-poema que se detalha vivamente por dentro de excretores de hematomas onde despontam as gusas da visão aformal da LEITORA com tremendas animadversões polirrítmicas, rasgadoras de um rosto de certezas e de crenças.

 

Texto do livro “uma ROSA, uma BARBÁRIE, uma LEITORA”

 

Andrea Fiamenghi: Nascida em São Paulo, Andrea cresceu em Salvador desde os 4 anos de idade. Na capital baiana, dividiu o olhar entre o Oceano Atlântico e a Baía de Todos os Santos, celebrando o sincretismo e as mestiçagens de uma das principais capitais do Atlântico Negro que conectou tantos portos e povos em diásporas através dos mares. Andrea esteve em diversas coletivas e individuais desde 2003. Destaque para “Salve, Babá; Salve, Odoyá, festa de santo na Bahia” (São Paulo), com apresentação de José Carlos Capinam. Lançou o livro de fotografias “Paredes Planas”, com textos de Claudius Portugal. “Armadilha das Nuvens”, em 2016, na Galeria Acbeu, em Salvador, que posteriormente seguiu para São Paulo, na Galeria Cultura. Neste mesmo ano suas obras entraram para a coleção do Museu Nacional da Cultural Afro-Brasileira (Muncab). Em janeiro de 2017, participou do Circuito das Artes com cinco imagens impressas em Platinotipia. Desde dezembro de 2018 faz parte do acervo permanente do Museu Afro Brasil.

Luís de Serguilha nasceu em Portugal e, nos últimos anos, percorreu algumas geografias da América do Sul. É poeta, ensaísta e curador de arte ibero afro americana. Kalahari, Plantar rosas na barbárie, Falar é morder uma epidemia, os esgrimistas dos Á-peiron e a ACTRIZ a ACTRIZ – o palco do esquecimento e do vazio são os títulos dos seus livros mais recentes. Os seus ensaioscriativos envolvem os atractores estranhos que atravessam corpo-artepensamento-poesia. Radicado no Recife, criou a estética baptizada como Laharsismo, estudada em Universidades. Recebeu o prémio Hermilo Borba Filho de Literatura.

 

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